segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bad bad romance. No donut for you.

Ahhh, e lá se foi mais um Carnaval. Os dias de alegria em que foliões não esquentam a cabeça com mais nada. Dias em que a única preocupação é saber que horas saem os blocos para que você possa dividir um metro quadrado com mais 12 pessoas cantando marchinhas no seu cangote. E claro, dias com sensações únicas como aquela de pisar num líquido amarelo e descobrir que não é cerveja...sorrindo.


O confortável e aconchegante Carnaval

Minhas experiêcias com Carnaval sempre foram inesquecíveis, embora esse ano eu tenha ficado em casa. Mas de uma forma ou de outra, estamos de volta à vida real e todas as recordações dos últimos dias ficarão para trás. Exceto as doenças venéreas. Essas ficarão com você pra sempre, lamento.

E vejam só vocês. Depois dos dias de folia, além de gravidez indesejada, muita coisa acontece. E uma delas é começo/recomeço de namoros que são simplesmente impossíveis de acontecer nessa época para muitos (na maioria dos casos, gente que usa abadá).


Sim, o post é sobre isso. Namoros, ok?


Nada como você se sentir como aqueles bichinhos dos filmes da Disney assim que começa a primavera, não é mesmo? É passarinho namorando, esquilinhos correndo de patinhas dadas e corujas sozinhas em árvores porque elas são animais escrotos e ninguém gosta delas. Essas corujas.

Err, então...essa é a concepção que a maioria as pessoas tem sobre namoros. Mas vou ser bem sincero aqui: namoros são uma perda de tempo. E digo com conhecimento de causa que a vida de solteiro é infinitamente mais proveitosa.

É impossível ser feliz sozinho...

Não, meu caro Jobim. Todos nós sabemos que você era bem mais feliz antes de casar. Ia beber com o Vinícius, Stan Getz e o João Gilberto. E vez ou outra iam curtir uma Candy Party na Lapa.

Mas vejam bem, vamos ser bem claros aqui. Ser solteiro é legal contanto que você tenha muitos amigos, uma vida divertida e um Pastor Belga chamado Ruck. Vou parafrasear aqui um trecho de uma grande compositora vanguardista da música brasileira que retrata bem o que eu quero dizer.

"[...] mas também não sou bagunça. O meu lema é esse aqui: solteira sim, sozinha nunca! Sou a Mulher Melancia e rebolo a minha bunda [...]"

-Melancia, Mulher.

Claro, vocês provavelmente ainda estão torcendo o nariz. Mas peguem aí papel, caneta e vamos anotar a receita de um delicioso suflê os prós e contras de um namoro: certamente o namoro é uma fase feliz enquanto você está nele. Você presencia e vive isso. Não há como negar.

Você está contente, correndo de braços abertos num lindo gramado com coelhinhos sorridentes ao seu redor. Agora, vamos apertar o flashforward do controle remoto para onde seu namoro termina (sim, ele termina) e você está chorando num quarto escuro batendo a cabeça no seu armário grunhindo que sua vida não faz mais sentido. Percebe?

Você no fim do namoro

Sem contar que além do triste final para um dos dois, existem as obrigatórias briguinhas por nada.

Um exemplo: vocês estão no cinema. Comprando pipoca. Ela diz que não quer nada e você tá lá com sua Fanta Uva Gigante e Pipocão Large Size. Ela ri quando você fala que "daria uns catos" na tia gorda com bigode que fez a pipoca. Vocês sentam nas poltronas e o filme começa. E ela diz no seu ouvido...

-Amor. Pensando bem, quero uma Coca Zero.
-Mas o filme começou agora.
-Ai, precisa mais não. Grosso.


Você levanta e vai pegar a porra da Coca Zero. A tia gorda diz que só tem light. Você pega porque é a mesma merda e volta pra sessão. Acaba descobrindo que perdeu a parte mais reveladora do começo do filme. E dá a Coca.

-*Shrruup* Hmm, essa Coca é light. Eu pedi Zero.
-É a mesma coisa, amor.
-Se não quisesse pegar, não pegava. Estúpido!
-Porra, não tinha, cacete.


Vocês passam o filme todo de braços cruzados com cara feia. Acaba, vocês vão para a praça de alimentação. Ela começa de novo.

-Desnecessário o negócio da Coca.
-Ai, caralho. Começou.
-Olha como você fala OK?
-Não grita.
-EU NÃO TO GRITANDO. NÃO ME MANDA PARAR DE GRITAR. NÃO TÁ SATISFEITO? VAI LÁ DAR UNS CATO NA TIA DA PIPOCA. ELA NÃO É MELHOR QUE EU?
-FOI UMA PIADA.
-Tá gritando por quê? Quer saber, eu vou pra casa da minha amiga.
-Ah é?! Fazer o quê?!!
-Pintar as unhas, conversar, sei lá. Não aguento mais sua infantilidade.
-VAI PINTAR AS UNHAS COM O PAU DE QUEM? VAI LÁ ENTÃO...VAI LÁ.

Aí o segurança manda vocês dois saírem do Shopping. 

Vê? Essa é uma situação bem comum em qualquer namoro. Então, além de saber que quando acabar, você vai ficar no fundo do poço e durante o namoro também acontecerão várias dessas brigas que te desestabilizarão, qual é a grande vantagem afinal?

Você pode ter toda essa alegria e companherismo com uma pessoa sem ter algo sério. E no momento que começa a ficar estressante, é só acabar. Simples, sem tempo perdido, sem lágrimas e sem burocracia ou consulta ao SPC e Serasa.

"Ah, Você só diz isso porque nunca namorou, né?"

Errado. Namorei e foi um namoro excelente, com boas memórias. Não foi curto, durou um ano e meio e se vocês procurarem quem é, acharão uma ruiva gata de descendência alemã/francesa cuja mãe fazia torta alemã pra mim sempre (mas em compensação o pai dela nunca soube meu nome. Sempre me chamou de "menino"). Logo, todos os seus argumentos são inválidos.

A questão é: foi maneiro. Mas nem por isso é necessário sair namorando por aí. Você acaba percebendo depois de um tempo que se afasta dos amigos (esquecendo completamente o conceito de Bros Before Hoes), acaba gastando bem mais dinheiro e perde a sensação mais importante desde que a Lei Áurea foi assinada, que é a de liberdade. 


Então pensem bem antes de namorar. E aos que estão me xingando e dizendo que não sei de nada, vejo vocês futuramente.

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